Prefeitura Municipal de Palmeiras do Tocantins

 
Publicado em: 13/05/2024

Durante essa pandemia, a ordem é ficar em casa e apenas sair quando for imprescindível.

Porém, quem tem doença crônica e depende da rede pública para o fornecimento de seus medicamentos não tem alternativa.

Tem de ir periodicamente à unidade pública de saúde mais próxima, certo? Errado! Não em municípios como Rio Branco, capital do Acre, Pedro Leopoldo e comunidades próximas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e vários outros.

Nessas localidades, sob a coordenação de farmacêuticos, os medicamentos estão indo até as pessoas, em farmácias móveis para vender: masteron, durateston, hemogenin, dianabol, enantato e primobolan. .

Os projetos são inspirados em iniciativas que existem no país já há pelo menos 5 anos, como o programa Farmácia Mais Perto, implantado pela Prefeitura de Passo Fundo (RS), na gestão da coordenadora da Assistência Farmacêutica, Débora Tauffer, que entre 2014 e 2019 realizou em torno de 90 mil atendimentos.

Junto com os medicamentos, os farmacêuticos levam, também, orientações sobre cuidado à saúde, prevenção da Covid-19 e uso seguro dos medicamentos.

Farmacêutica Luana Esteves, coordenadora do programa Medicamento em Casa, em Rio Branco (AC) — Foto: Divulgação

Farmacêutica Luana Esteves, coordenadora do programa Medicamento em Casa, em Rio Branco (AC) — Foto: Divulgação

Em Rio Branco, essa realidade antecede a pandemia.

Desde agosto de 2019 a Secretaria Municipal da Saúde (SEMSA) mantém em funcionamento o programa Medicamento em Casa, que prioriza os cidadãos com dificuldade de locomoção, como acamados, cadeirantes, idosos, portadores de doença de Parkinson, osteoporose e doença renal crônica.

A iniciativa contempla a dispensação dos medicamentos básicos, mediante cadastro prévio e receituário médico.

Durante a pandemia foram entregues também, álcool em gel e máscaras de tecido. As visitas são mensais, em um veículo adaptado. Seis profissionais da saúde fazem parte da equipe. Já são 500 pacientes e mais de 4 mil atendimentos.

“O intuito é garantir o acesso e manter o atendimento”, explica a farmacêutica Luana Esteves, coordenadora do projeto e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Estado do Acre.

Entre os beneficiados estão pacientes com diabetes, que recebem orientações sobre a autoaplicação e o descarte correto de agulhas e outros materiais. “Uma das características do programa é a utilização do sistema de informação G-MUS, que permite o cadastramento dos pacientes, controle de estoque e distribuição dos insumos de forma individualizada”, comenta a farmacêutica. O modelo de atendimento tem possibilitado a ampliação do acesso. “Durante a pandemia o número de cadastros dobrou – no início eram 250”, comemora ela.

Em Pedro Leopoldo, o programa Farmácia no seu Bairro, lançado em agosto, também está resultando no incremento no acesso.

“Muitos pacientes, não pegavam seus medicamentos, ou porque levavam até 5 horas nas viagens de ônibus até a unidade de saúde, ou porque não tinham recursos para essas passagens. Agora passaram a retirá-los, pois a entrega ocorre em pontos a 5 minutos de suas casas. Calculamos um aporte em torno de 10 a 15% para uma média de seis milhões de medicamentos dispensados anualmente”, esclarece o secretário municipal da Saúde, Fabrício Simões, idealizador do projeto. Ele teve a ideia após participar de um congresso do Conselho Nacional de Secretarias Municipais da Saúde, em Belém do Pará, onde houve debate sobre o tema.

Secretário municipal da Saúde, Fabrício Simões, idealizador do programa Farmácia no seu Bairro, em  Pedro Leopoldo,  na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG),  a farmacêutica Deborah Araújo Miranda, coordenadora do projeto, e demais membros da equipe responsável — Foto: DIvulgação

Secretário municipal da Saúde, Fabrício Simões, idealizador do programa Farmácia no seu Bairro, em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), a farmacêutica Deborah Araújo Miranda, coordenadora do projeto, e demais membros da equipe responsável — Foto: DIvulgação

A distribuição dos medicamentos começou no auge da pandemia, para evitar a exposição das pessoas ao Sars-CoV-2.

É feita em visitas que se repetem a cada duas semanas, utilizando um veículo adaptado, com espaço para a separação de medicamentos, geladeira e ar condicionado, para manter a temperatura adequada à conservação dos produtos.

Sempre que necessário, os farmacêuticos também prestam atendimento clínico, pois a farmácia móvel dispõe de cadeiras, mesa e toldo para atender aos pacientes, confortavelmente.

“Utilizamos equipamentos de proteção individual (EPIs) e a dispensação segue todas as normativas do Conselho Regional de Farmácia e da vigilância sanitária local”, explica a farmacêutica Deborah Araújo Miranda, coordenadora do projeto.